23/03/2010 – 9h00 – Avôs maternos têm entrada tumultuada no Fórum de Santana
Pai e mãe de Ana Carolina de Oliveira chegam ao Fórum de Santana para o julgamento da morte da neta. Na entrada, tiveram que ser escoltados pela polícia,por conta do tumulto de jornalistas e curiosos.
O segundo dia do julgamento do casal Nardoni, marcado para às nove horas, já reúne pessoas que vieram assistir a audiência. Por enquanto, o Fórum ainda não liberou a entrada de jornalistas ou populares.
23/03/2010 – 9h33 – Mãe de Pedrinho comparece ao julgamento de Isabella Nardoni
“É muito difícil para uma mãe ter que depor sobre a morte da filha e ainda ficar de frente com os dois (Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá)”, diz a Katia Regina Dias, mão do garoto que foi jogado do vigésimo andar pelo pai, sobre a comoção da mãe de Isabella Nardoni durante seu depoimento no primeiro dia de julgamento do caso.
A crueldade do assassinato de Pedrinho chocou o Brasil, porém não teve tanto destaque na mídia. Em 2009, o pai da criança jogou Pedrinho do vigésimo andar e pulou depois, os dois morreram. O crime foi doloso e tinha o objetivo de ferir Katia, por ela ter largado o companheiro, autor do homicídio.
A mãe do menino conta que a família de Ana Carolina de Oliveira a recebeu muito bem e até deu forças para ela enfrentar a perda do filho. Por isso, hoje ela veio oferecer apoio à mãe de Isabella, veste uma camisa com a foto de Pedrinho e segura uma outra com a foto de Isabella Nardoni.
23/03/2010 – 13H13 – Laudos contra indícios
“Agora é esperar quem vai vencer, os indícios contra o casal ou a dubiedade dos laudos”, afirma o advogado criminalista Luiz Flávio Gomes. O também jurista está acompanhando o caso e diz que a defesa está levantando dúvidas nos jurados quanto ao resultado dos laudos, enquanto a promotoria investe nos indícios que existem contra o casal.
Para ele, hoje é o dia mais importante por conta do depoimento da perícia. Apesar do ritmo do julgamento, Gomes afirma que a intenção é apressar isso. “Não podemos estender o julgamento para sábado, domingo”, diz.
Sobre a defesa não ter liberado Ana Carolina de Oliveira, mãe de Isabella, ele acredita que por um lado é bom, pois pode haver confronto entre ela e o casal depois do interrogatório dos réus. No entanto: “se avaliar as condições da mãe, ele poderia ter liberado ela”, completa.
23/03/2010 – 15h08 – Denúncias anônimas são ignoradas
Questionada por Cembranelli sobre o uso de denúncias anônimas no inquérito policial, a investigadora Renata Pontes disse que os relatos foram descartados. Segundo ela, a polícia foi atrás das pessoas que fizeram a denúncia, mas não obteve sucesso.
“Tem que saber o que é trote e o que não é”, afirma ela que tem experiência de treze anos em investigação.
Segundo a investigadora, chegou uma denúncia anônima que acusava um homem chamado Paulo de ser o autor do crime. A polícia foi atrás do rapaz, mas encontrou nada relevante.
“Ligou uma mulher na delegacia e disse que estava passando em frente ao prédio no momento do crime”, conta Renata. Essa mulher não foi encontrada no endereço fornecido.
Um morador do prédio em frente ao Edifício London fez uma denúncia; mas também não foi encontrado. As demais denúncias não interferiram no curso das investigações.
23/03/2010 – 15h42 – Versão de porteiro é igual à de testemunha
A investigadora do caso, Renata Pontes, afirmou hoje que depoimento de porteiro do edifício London condiz com o do morador do prédio, Antonio Lucio.
Ambos afirmam que no dia do crime o porteiro interfonou a Antonio Lucio e disse que uma criança havia caído. O morador olhou pela sacada e imediatamente ligou para a polícia. Enquanto falava com a autoridade, Alexandre Nardoni se aproximou da vítima e anunciou que havia um ladrão no prédio e que sua filha havia sido jogada do apartamento.
De acordo com a investigadora, foram essas informações que Antonio Lucio repassou à polícia.
Tempos depois foi também o morador que informou sobre os gritos “Papai,papai” ouvidos momentos antes do crime.
23/03/2010 – 16h30 – Maquete de apartamento é usada por promotoria
O promotor convidou os jurados e a investigadora do caso Renata Pontes a se aproximar da maquete do apartamento. Em seguida, pediu à investigadora que indicasse a localização das gotas de sangue encontradas na perícia.
Renata foi a primeira autoridade a entrar no local do crime. Segundo ela, havia gotas de sangue no chão logo na entrada do apartamento. As gotas seguiam para o corredor dos dormitórios e culminavam no quarto dos outros filhos do casal.
Ainda de acordo com a investigadora, o abajur do quarto estava aceso, enquanto o do quarto da Isabella estava apagado, o que contradiz o depoimento dos réus.
Edifício London
Cembranelli também usou a maquete do prédio para demonstrar que o edifício London é vizinho de um mni quartel da corregedoria da polícia. Renata afirmou que o prédio vizinho fica bem próximo ao London, distância suficiente para se ouvir o que se passa no apartamento. O que foi relatado pelos moradores do quarto andar do prédio ao lado, que disseram ter escutado uma discussão entre o casal e vozes exaltadas de uma mulher no dia do crime.
Cembranelli confirmou com Renata a altura dos muros do condomínio do prédio e que não havia nenhum objeto que auxiliasse a entrada de algum estranho no prédio.
Por fim, ele mostrou aos jurados na maquete a ampla visão que o porteiro tem das localidades do condominio.
23/03/2010 – 16h30 – Glória Perez comparece ao julgamento
“Vou assistir a todos os dias, não perderei ao menos um instante”, diz a escritora de novela Glória Perez ao sair do tribunal após depoimento da investigadora Renata Pontes.
23/03/2010 – 18h – Chave do apartamento dos réus não passou por perícia
Em sua tese de defesa, o advogado Roberto Podval questionou a investigadora Renata Pontes sobre o motivo pelo qual a chave do apartamento do casal Nardoni não foi examinada. Segundo ele, o objeto poderia ter causado o ferimento na testa da vítima.
Renata afirmou que o exame seria inconclusivo, por isso o descartou. Ela disse que não sabia se a chave entregue à polícia era a mesma usada no dia do crime ou uma cópia. “Se a senhora não sabe isso, como sabe quantas chaves do imóvel existem e quem as tem?” rebateu Podval.
A investigadora desconsiderou o comentário e afirmou que mesmo que fosse encontrado sangue no objeto, a defesa poderia alegar que a chave encostou no sangue contido no apartamento.
O advogado insistiu que um exame na chave poderia encontrar resquício da pele de Isabella. Ao questioná-la sobre a perícia na quina da mesa ou anel, objetos também acusados no laudo como possíveis causadores do ferimento, ela manteve seu discurso de que o exame seria desnecessário, portanto não foi feito.
Icógnita pericial
Podval prosseguiu com o interrogatório e perguntou sobre os exames na tesoura encontrada no apartamento. Renata confirmou que o objeto fora usado para cortar a tela de segurança da janela do apartamento, pois os peritos encontraram resquicios da fibra da tela na tesoura. No entanto, quando Podval perguntou se o exame no objeto determinou a autoria, sua resposta foi negativa.
24/03/2010 – 14h – Rivais em julgamento almoçam juntos
Defesa e parentes de Isabella almoçam em mesmo restaurante, ao lado do Fórum de Santana. Apesar de em lados opostos do ambiente, Roberto Podval e os pais de Ana Carolina de Oliveira vão ao mesmo local.
Podval afirma que vai tentar finalizar os depoimentos das testemunhas de defesa entre hoje e amanhã. Feito isso acontece o interrogatório dos réus e julgamento.
Rosa de Oliveira, avó da vítima, recebe carinho e apoio das pessoas no local.