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‘Fui violentada e vou lutar por justiça’, diz Geisy

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Poucos minutos antes do início da primeira audiência do caso Geisy Arruda, que começou às 10h desta quinta-feira, a ex-estudante afirmou estar confiante e preparada para rever as pessoas e os fatos do ocorrido na Uniban. Por volta das 10h15, a audiência acontecia no Fórum de São Bernardo do Campo, em São Paulo, onde seriam ouvidas dez testemunhas, sete delas escolhidas pela Uniban e três por Geisy. “Fui violentada, isso foi uma grande injustiça, vou lutar por justiça. É para isso que estou aqui”, disse ela na manhã desta quinta-feira. Até o início da audiência, só haviam chegado seis testemunhas, uma de Geisy e cinco da Uniban.

Em outubro de 2009, a ex-aluna do curso de Turismo na Uniban foi vaiada por alunos ao usar um vestido curto durante o período de aulas. As cenas foram gravadas por telefones celulares e disponibilizadas em sites na internet. Ela pede à universidade R$ 1 milhão de indenização por danos morais.

Geisy, que, ao chegar ao Fórum, afirmou ser ficado conhecida como “meretriz da Uniban”, foi à audiência com um figurino discreto, calça jeans justa, blusa vermelha e casaquinho preto, de óculos de sol e maquiagem leve. O tom do batom, rosa, era o mesmo do vestido que usava quando foi hostilizada na Uniban.

Após o ocorrido, Geisy se tornou uma pessoa pública, participou de programas de televisão e saiu em capas de jornais e revistas. “Minha vida virou uma bagunça. Não tenho privacidade e sofro preconceito até hoje”, afirmou. Aos 21 anos, ela ainda não conseguiu retornar aos estudos, mas pretende voltar no próximo ano.

A defesa de Geisy já está preparada para o caso de a Uniban usar sua aparição na mídia como estratégia para vencer o processo. Segundo ela, seu advogado, Nehemias Domingos de Melo, tem uma tese preparada para isso. A garota acredita que a audiência será um sucesso e o que ela quer “é voltar a estudar e ser uma pessoa normal”.

O advogado de Geisy afirmou que o valor de R$ 1 milhão se deve à repercussão nacional, e também internacional, do caso, mas que eles estão abertos à negociação. O juiz Rodrigo Gorga Campos, que conduz a sessão, não permitiu a entrada do público para assistir à audiência.

Uniban
O advogado da Uniban, Vicente Cascioni, afirmou que essa audiência é como outra qualquer e que “provará definitivamente que não existe razão para a autora da ação fazer o pedido”. Segundo ele, o valor de R$ 1 milhão da indenização não entra em cogitação, mas sim o fato de não ser de responsabilidade da Uniban o “constrangimento” que Geisy afirma ter sofrido na universidade.

Em relação à nota de expulsão da estudante, Cascioni disse que é um ato normal de qualquer universidade. “Tudo o que aconteceu foi causado pela autora da ação. Isso nunca tinha acontecido na universidade”, disse.

Em relação a usar a aparição de Geisy como tese para a defesa, o advogado afirmou que “tudo o que ela (Geisy) fez depois só mostra que ela não tem razão”.

A sentença final do caso será definida daqui a pelo menos três meses. Pelo processo, ainda há mais duas audiências a serem realizadas, de acordo com o TJ-SP.

**TERRA

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