POLÍTICA

Ministro: se EUA quebrarem acordo, Brasil retomará retaliação

miguel jorge

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O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, afirmou nesta sexta-feira que considera “bom” o acordo firmado entre Brasil e Estados Unidos para o adiamento em dois anos da retaliação pelos subsídios ao algodão. No entanto, ele deixou claro que se os americanos não cumprirem sua parte o Brasil aplicará as sobretaxas aos produtos importados do país.

“Qualquer momento que considerarmos que houve infração no acordo, nós voltamos a retaliação”, disse o ministro em evento em São Paulo. Segundo Jorge, a retaliação não foi suspensa, mas está “in hold”, apenas pendurada.

“Dois anos não é muito tempo”, disse. Jorge explicou que não há como “falar para o governo dos EUA mudar o prazo de uma lei” e que mesmo que a mudança da lei fique para o próximo governo, “qualquer candidato que ganhe fará o que está neste acordo”.

Para o ministro, o país é “difícil de negociar, mas cumpre o que foi acordado”. A revisão da lei agrícola dos EUA só acontecerá em 2012, até lá, o governo americano destinará US$ 147 mi por ano para ajudar os produtores brasileiros de algodão.

O ministro afirmou que foi criado um instituto para aplicar a verba em pesquisas relacionadas ao algodão. “A primeira parte deste dinheiro deve ser paga entre hoje e amanhã”, afirmou.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) liberou o Brasil para adotar tarifas a produtos e quebrar direitos de propriedade intelectual, em um total avaliado em US$ 829 milhões, por causa dos subsídios americanos.

Agronegócio
“O acordo vai fazer com que as decisões sejam menos desleais na OMC. (…) Foi um aprendizado para os dois lados”, afirmou o ministro, que enxerga o contrato como um benefício muito mais amplo do que apenas uma conquista no setor do algodão.

O presidente do Instituto Universal de Marketing em Agrobusiness, José Américo da Silva, confirma essa perspectiva. Para ele, esta é “uma grande vitória do setor e uma situação inédita para a OMC”. Além disso, o acordo seria um estímulo “para negociar as questões comerciais”.

Atualmente, o agronegócio representa cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, emprega perto de 37% do mercado, tem mais de 100 mil hectares para o plantio e estimativa de crescer em 50% até 2020.

**TERRA

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