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A previsão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) é que em 2019 a capacidade instalada de geração de energia no Brasil passe de 110 gigawatts para mais de 170 gigawatts. De acordo com o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e responsável pela pesquisa “Setor elétrico: Desafios e oportunidades”, Adilson de Oliveira, o crescimento vai se concentrar em 70% no sistema de hidrelétricas e o restante em energia da biomassa e eólica.
“A programação para isso acontecer na Amazônia é um problema muito grave”, afirmou o professor nesta quinta-feira, durante a apresentação do estudo. Segundo ele, os contratos fechados para a construção das geradoras de energia estão, praticamente, concentrados na região da floresta amazônica. Apesar do impacto ambiental que as obras podem gerar, Adilson de Oliveira explica que o cancelamento de qualquer projeto implicaria “diretamente na falta de energia”.
Segundo o estudo, o sistema elétrico brasileiro, atualmente, é 80% baseado em hidrelétricas e, para o professor, o plano futuro central ainda está “muito centrado nisso”. “É evidente que o governo tem se esforçado para evitar os impactos (ambientais), mas, na minha opinião é preciso ter um plano de ocupação para a Amazônia”, argumenta.
O responsável pelo estudo afirma que, por enquanto, “o Brasil não corre o risco de sofrer apagão”. Isso porque as empresas que já firmaram acordo e estão em construção vão dar conta de suprir a demanda de energia. Mas, há algumas companhias que ainda serão contratadas e, estas, “se tiverem problemas na construção, teremos problemas graves no abastecimento”, estimou o professor sobre o futuro do sistema elétrico no País.
Projeto
O Ipea ainda apresentará estudos sobre transporte aéreo, rodovias, biocombustíveis, telecomunicação, petróleo e gás, até o início de junho. Cada capítulo resultará em um novo comunicado do Ipea, no fim, a coleção terá 10 livros.
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