Entrevistas com manifestantes e Black Blocs, acompanhamento de protestos e depoimentos guiam ‘O Gigante Acordou’ do auge do movimento popular ao silêncio nas ruas
O livro O Gigante Acordou mergulha na origem dos protestos que tomaram conta do Brasil no segundo semestre de 2013. Entrevistas com manifestantes e Black Blocs somadas à análise de teorias anarquistas, socioculturais, psicanalíticas e de fenômenos da cultura de massas guiam a obra por um caminho de descobertas dos efeitos da opressão contínua e menosprezo do Sistema.
O livro tem início com o emparelhamento de teorias como a horda primeva, descrita em Totem e Tabu, em que um grupo de irmãos se revolta e elimina o pai violento, tirano, injusto e indiferente, com o contexto social presente no país. Segue pela carência da função paterna e suas implicações no ser individual, como questionamentos sobre a ação e essência desse poder, até a expansão do leque para o plural, para a relação sociedade vs. Sistema.
A falha da gestão política e não cumprimento das funções pré-estabelecidas diante o povo, como garantia de direitos e bem-estar, colocaram milhões de brasileiros oriundos de “mundos” diferentes nas ruas protestando por uma necessidade há tempos inserida na vivência humana, como parte dela. Todavia o silêncio voltou a ser instaurado e o desejo foi novamente recalcado, encoberto pelo conformismo, isenção e entretenimento.
É nesse ponto que a obra segue a investigação sobre o grito e o emudecimento, a inquietude e o adormecimento. Em um período em que a crise social e política do Brasil foi exposta como uma ferida, a massa sofreu fenômenos opostos que tangem a motivação e desistência da cura. O Gigante Acordou pretende entender justamente a chave que acendeu as luzes e colocou a população mais uma vez na escuridão.
Thaís Sabino é jornalista, pós-graduada em Semiótica Psicanalítica, e já passou por veículos como Rádio Bandeirantes, Rádio Cultura e Portal Terra.
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