SAÚDE

Primeira repórter com Síndrome de Down rompe barreiras: “dom”

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Fernanda Honorato, 34 anos, derrubou barreiras sociais, entrevistou personalidades famosas, atuou em filmes e até escreveu uma autobiografia

Espirituosa, Fernanda tem sempre a resposta na ponta da língua, gosta de contar sua história e não esquece de todo o carinho que já recebeu de entrevistados. A baixa autoestima não faz parte nem do vocabulário da repórter e o preconceito sempre se intimidou perto dela. “Estudei no colégio Castelo Branco e lá sempre interagi com todo mundo, pessoas com e sem deficiência, comovia muita gente lá, todo mundo me respeitava e me tratava com carinho”, contou Fernanda. Ela admitiu que a discriminação com pessoas com Down existe, mas só passou por um constrangimento com um delegado em toda a sua vida.

Pelo contrário, a vida dela foi surpreendida com mais oportunidades do que exclusões. Em 2006, recebeu uma proposta de emprego da TV Brasil. Os pais acharam que deveria ser algum cargo para “arrumar fitas”, mas não, a emissora queria Fernanda como repórter do Programa Especial, dirigido por Ângela Patrícia Reiniger. “Devo muito a ela, porque acreditou em mim”, comentou Fernanda sobre a diretora. Desde então, a repórter coleciona uma série de entrevistados, dos quais ela destacou Maria Bethânia; Zezé Di Camargo e Luciano, sobre o irmão cadeirante Welington Camargo; o cantor Daniel e sua relação com o irmão José Gilmar, com paralisia cerebral; e Leonardo, a “paixão” da vida de Fernanda.

Fazer reportagens sobre temas ligados à inclusão se tornou uma grande causa para a repórter e os limites ficam cada vez menores. Ela já fez até a cobertura de uma conferência na ONU sobre o dia 21 de março, escolhido em homenagem às pessoas dom Síndrome de Down. “As pessoas me acham uma inspiração e fico muito feliz por isso. Sempre me incentivam, me valorizam e dão oportunidades”, contou. Não apenas na reportagem, mas Fernanda encontrou espaço em diversas áreas. “Minha agenda é igual à de um prefeito”, comentou.

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