Eles são fofos, companheiros, peludos e, quando filhotes, fazem a maioria das pessoas afinar a voz e tratá-los como bebês. A escolha de um pet é um momento especial, seja em uma loja, quando eles estão com aquela carinha de indefesos presos em uma espécie de gaiola; ou na rua, em que com um olhar pedem “me leva para casa”. O encanto dura por dias, até que o pé da mesa roído, chinelos comidos, xixi e coco pela casa inteira começam a incomodar. Felizmente gritos, castigos e violência não resolverão o problema, mas sim uma educação com reforço positivo, de acordo com Alexandre Rossi, o Doutor Pet.
Veja a seguir como educar o pet.
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Quando começar?
Mestre em se comunicar com animais, Alexandre já fez pesquisas em diversos países, escreveu livros sobre treinamento animal, tem programa na Record e na National Geographic sobre pets e já treinou até peixes a passar por argolas. Ensinar o “melhor amigo do homem” a ter bom comportamento não é impossível, a primeira condição para criar um “gentlepet” é começar cedo. Segundo Rossi, “o cão aprende desde pequenininho. Você querendo ou não, se ele latiu ou chorou e conseguiu determinado tipo de atenção, você está ensinando ele a latir e chorar para alcançar isso”. A média de preço por aula em São Paulo é de R$ 60, segundo Dr. Pet.
A partir do momento que o pet foi para o colo do dono, ganhou um nome e espaço na casa já está sendo educado, bem ou mal. O modelo de adestramento por reforço positivo na maioria das vezes acontece duas vezes por semana, por 40 minutos. “O treinamento do dono é quase ou mais importante do que o do cão”, alertou. Veja a seguir como ensinar o local certo para as necessidades, a passear, a não fugir, evitar latidos desnecessários e truques como dar a patinha e sentar.
O cão e o dono
“É importantíssimo que o dono tenha ciência do que está acontecendo e de certa forma seja treinado também”, segundo Dr. Pet. A história de que se o dono não adestrar o cachorro não o obedecerá é mito, disse Rossi. Mas as pessoas que convivem com o pet precisam saber o que o animalzinho aprendeu e as regras que ele deve seguir, para poder aplicar o treinamento em casa. “Senão ele vai se comportar na aula e fora da aula não”, explicou.
Saber agir de acordo para a educação do mascote significa recompensar comportamentos legais, não promover atitudes inadequadas e impor limites. “Não importa se a pessoa é quem vai recompensar ou se a recompensa está no meio ambiente. Tem gente que fala: ‘ai, eu não estou recompensando ele por roubar comida’, mas se ele está conseguindo roubar, ele está sendo recompensado”. O adestramento costuma levar de quatro a seis meses, com a participação do dono.
Quem você pensa que é?
Normalmente, o cãozinho cria preferência por uma ou mais pessoas na casa, em termos de relacionamento. É ela quem ele segue o dia inteiro, dorme junto e gosta mais de ficar perto, mas isso não significa que não tenha sentimentos pelos demais integrantes da família, pelo contrário: “o cachorro pode gostar de um monte de gente”. Não existe regra que ligue esta afeição ao respeito, no entanto, é comum que a pessoa querida pelo pet tenha bastante influência na vida dele.
O cachorro deve respeitar todas as pessoas que vivem na casa, porém, quando a condição não acontece, alguém sem autoridade sobre o mascote não pode dar ordens ou proibições a ele. O desfecho de uma situação assim será o desprezo do animal ou a agressividade. “Na cabeça dele passa: ‘quem você pensa que é?’”, disse Rossi. “Vai ficar um resmungando com o outro, para impor limites é importante que o cachorro respeite”, acrescentou.
Cachorro feio!
“A primeira coisa que as pessoas fazem é reparar no que o cachorro está fazendo de errado e querer punir de alguma forma o mau comportamento”, afirmou Dr. Pet sobre quando as necessidades são feitas em lugar errado. Dizer para o cão “aqui não pode fazer” ou “aqui a mamãe não gosta”, esfregar o focinho no local, gritar e dar bronca não vão levar o mascote a usar o banheiro certo. A cara de arrependimento significa medo, misturado à descoberta de como obter atenção do dono.
“Depois eles podem usar isso (fazer xixi ou coco no lugar errado) quando estiverem carentes, o dono não estiver e ele sentir falta. O cachorro sabe que aquilo chama atenção”, disse Rossi. A bronca ideal se consiste em provocar um pequeno desconforto no cão. “Às vezes só de pegar e levantar o animal, bater uma palma ou bater o pé no chão já é suficiente. Vai de acordo com o temperamento do cachorro”, explicou.
Uma técnica aconselhada por Rossi é o uso de um borrifador de água, principalmente quando mora mais de um cachorro na casa. “Às vezes o filhote não tem medo de nada, o dono grita com ele e o outro cachorro é mais sensível e fica assustado. Isso provoca medo do cachorro mais velho de se aproximar do filhote. A borrifada causa desconforto no cão que está errado sem o outro perceber”, explicou.
Xixi e coco no jornal: como ensinar?
Um dos princípios do “treino do xixi” é não dar bronca até ter certeza absoluta que ele sabe o local correto para fazer as necessidades. “A primeira coisa que o pet entende com a repreensão é que não pode fazer xixi na frente do dono, pelo menos em algumas circunstâncias, por exemplo, ‘dentro de casa não posso fazer xixi na frente das pessoas porque eu tomo bronca, na rua tudo bem’”. Eles começam a fazer em lugares escondidos ou quando ninguém está prestando atenção.
O cão só entende que algo é errado se é ensinado no ato, pouco tempo depois não faz mais sentido pra ele. “É preciso entender pela rotina e pelo comportamento do cachorro quando tem mais probabilidade de ele querer se aliviar. Então, levá-lo para o lugar certo e ficar com ele lá. Nada de trancar o cachorro na área de serviço até ele fazer as necessidades. Depois que ele fizer xixi ou coco, recompense”. O bichinho deve receber o que ele mais quer, petisco preferido ou carinho, desde que seja algo desejado.
Mas, atenção, apesar de a expectativa ser grande, um grito de guerra em família para comemorar o acerto pode assustar o bichinho. “A família inteira berra quando o cachorro acerta, se o cachorro for tímido, ele nunca mais vai querer fazer lá”, contou. Um petisco ou carinho pode funcionar melhor. A tendência é que o cãozinho comece a fazer as necessidades no local indicado, não apenas para se aliviar, mas pelo presente que virá depois. “Ele vai para o jornal já lambendo os beiços. ‘Ué, cadê meu prêmio?’”
De castigo! Já para fora!
Eles dormem e acordam com a gente, fazem refeições dentro de casa, assistem TV e acompanham os passeios em família, mas apesar de serem tratados quase como crianças, eles não são. Por isso, castigo não é recomendado pelo Dr. Pet. Segundo ele, o método pode funcionar como punição se acontecer no momento do ato, mas traz consequências ruins. “As pessoas já têm pouco tempo para passar com o cão e eles precisam entender que quando estão sozinhos não é um castigo, nem foi excluído do grupo”, de acordo com o especialista.
Associar o isolamento social à punição provoca o aumento da “ansiedade de separação” e diminui as chances de ele ficar bem sozinho, explicou Rossi. O cachorro precisa entender que a ausência do dono é um fato comum e corriqueiro, sem sofrer com cada despedida antes do trabalho. “Para mim, castigo em relação a isolamento social é péssimo”.
Hora do passeio
Sem dúvida, é um dos momentos mais felizes para alguns cães. “Os cachorros adoram e passear faz muito bem a eles. Se beneficiam com exercícios físicos, estimulação física e mental e sociabilização”, enumerou Rossi. A frequência vai depender da raça, tamanho, local em que vive e o que costuma fazer em casa. Mas, se for um cachorro saudável, pode andar quilômetros por dia.
“Como exercício físico, no mínimo duas ou três vezes por semana. Uma coisa bem bacana em uma praça, com guia longa para ele correr e brincar. Agora, uma voltinha menor seria ideal todos os dias”, aconselhou. No passeio, o cachorro deve caminhar ao lado do dono e a coleira ficar frouxa. “Assim, se ela escapa, o cão nem vai perceber”, disse.
Momento de tortura
Se o pet é um pouco medroso e você mora em um bairro com trânsito caótico, o passeio pode se tornar uma tortura para o cão. A opção é leva-lo até um parque ou passear dentro do prédio, em uma área protegida. Usar carrinho de bebê ou levar o cãozinho no colo, na opinião de Rossi, só vale quando o animal está se recuperando de uma operação, não está vacinado ou tem algum problema físico. “Tira uma bela de uma graça do passeio”, justificou.
Cuidado com os buldogues
Uma das condições para determinar a intensidade e frequência do passeio é a raça do animal. “A maior parte dos buldogues precisa andar devagar, porque eles não são animais atletas, têm dificuldade para respirar, muita massa muscular e são compactos: a receita perfeita para problema de oxigenação e de hipertermia (aquecimento excessivo do corpo). ‘Vou andar meio dia, embaixo do sol, com um buldogue?’ De jeito nenhum, vai matar o cachorro, ele pode morrer mesmo”, alertou. O Dr. Pet sugeriu escolher momentos mais frescos e caminhar pouco com o pet desta raça.
Passeio sem coleira
Para fazer o animal, de coleira, acompanhar o dono, já não é fácil. Imagina soltar o pet em uma praça sem ter a certeza de que ele não sairá correndo até desaparecer de vista. Segundo Rossi, os cães destreinados que não são inseguros tendem a se “distanciar mais do que a gente se sentiria confortável, principalmente em cidades que tem trânsito e muitas informações”. O animal pode ainda atacar outro cachorro ou pessoa e ser atropelado. “Recomendo guia longa”, disse o especialista.
Para ensinar o cão a se comportar sem coleira, “o treino do ‘vem’ tem que estar bom”, afirmou. “O comando precisa estar ligado a algo muito especial. Você pode falar “aqui” e dar a bolinha que ele mais gosta, tem que ser uma coisa legal, porque normalmente em uma praça tem muitos atrativos. Tem que ser fantástico”, explicou. A palavra que será usada para atrair o cachorro, seja “vem”, “aqui” ou “junto” não pode ser gasta no cotidiano. É importante verificar se o local permite que o cão fique solto.
O que as pessoas costumam fazer, segundo Dr. Pet, é deixar o animal brincando, falar “vem”, o prender à guia e irem para casa. “O passeio está o máximo, aí quando o cachorro escuta ‘vem’ pensa ‘opa, vai acabar’. O dono fica brincando de pega-pega com o cãozinho e é ainda mais legal para ele. Quando consegue pegar ainda batem ou dão bronca. Aí, fica ainda pior: o cachorro é punido justamente na hora em que você o pega. Quando ele escutar vem, vai ficar com medo de ser pego”, explicou.
Parceiro de cama
“É super polêmico”, comentou Rossi. Para ele, não há problema algum em o cãozinho dormir com o dono, desde que o pet esteja saudável. No entanto, quando o cachorro é muito apegado, como “sombra do dono”, é importante aproveitar o período noturno para fazer o “treino da distância”, de acordo com Dr. Pet. “Por exemplo, ter uma caminha no chão do quarto para o animal”, sugeriu.
Estabelecer pequenos distanciamentos é bom para o cão, disse Rossi. “Vou pegar água na cozinha, faço um ‘fica’ para o cachorro esperar na sala. Eu saio, volto e ele entende ‘o mundo não acabou, está tudo bem’”, exemplificou. O ensinamento ajuda o pet a ficar menos dependente e não sofrer tanto com a ausência do dono.
Quem é o filhinho da mamãe?
O cachorro supre muitos desejos dos humanos, como se fosse uma pessoa. O que deve ser evitado são os exageros. No caso das mulheres, o pet instiga o instinto maternal. “Aí, a pessoa coloca em um bercinho e não deixa fazer exercícios. Faz tudo o que o cachorro quer, na hora que ele quer, como se fosse um recém-nascido. Então, surgem os problemas”, contou.
As consequências, segundo ele, são parecidas com as de uma criança mimada. “O dono vai gerar um cão que não sabe lidar com frustrações e, quando se sentir frustrado, vai sofrer mais. A ansiedade dele sobe muito e não consegue se controlar, podendo se automutilar, se morder, se lamber demais, ficar uivando e ficar agressivo” explicou. O animal pode ainda fazer xixi pela casa toda depois de uma bronca, morder objetos e destruir a casa. “É o problema que a gente mais atende”, contou. Dr. Pet acrescentou que dar carinho e tratar bem o cão não é mimar.
Como impor limites
O cachorro precisa estar habituado a respeitar regras todos os dias e não apenas uma vez por semana, na aula de adestramento. “É legal que o pet tenha coisas que não possa fazer, por exemplo, ele pode subir em todos os sofás, mas é importante que tenha um lugar que ele seja proibido de subir”, segundo Rossi.
Um bom exercício é colocar a comida no chão e falar “não pega”. “O cachorro se segura, olha para o lado e disfarça. Depois o dono diz “pode pegar”, aí ele pega. Isso é saudável para o cachorro, para ele respeitar os limites”, explicou.
Ciúme e disputa entre cães
Os temperamentos dos cães não são iguais e é normal que haja um dominante em uma casa com mais de um cachorro. Mas quando a interação dos animais está comprometendo o bem estar de um dos cãozinhos, o dono deve interferir. O primeiro passo é demonstrar que determinados comportamentos não são permitidos.
“Eu estou fazendo carinho em um cachorro, o outro chega e o primeiro rosna. Vou trabalhar em duas frentes: a primeira é cessar a atitude com uma bronca sem traumatizar. Só que eu quero mostrar para ele como é legal o outro cachorro chegar, para ele começar a gostar da presença do outro. Então, quando o outro está chegando eu não troco e faço carinho nele e deixo o primeiro sem, mas faço mais carinho naquele que já estava, dou petisco e agrado. Dependendo do caso eu faço carinho só quando o outro se aproxima e ele começa a perceber que quando o companheiro chega, ele não perde, mas ganha”, ensinou o especialista em animais.
De acordo com Dr. Pet, a técnica mina o mecanismo do ciúme e melhora a convivência entre os cães. As pessoas costumam fazer o contrário, segundo Rossi: “estão fazendo carinho em um, chega o outro, ela muda o carinho para o segundo. O cachorro percebe que é punido toda vez que o outro se aproxima e isso provoca inimizade entre eles”.
Latidos sem motivo
Geralmente, as características de latir mais ou menos têm relação com a raça. Os cachorros de porte menor costumam ser mais adeptos do que os grandes, como o rottweiler. Esta é a forma de eles se comunicarem com o dono, por exemplo, caiu uma bolinha embaixo do móvel, ele raspa, fica olhando, esperando que alguém pegue e nada. Ele começa a latir, aí a pessoa vai lá e tira o brinquedo. O animal entende que só consegue a bolinha se latir e vai aplicar o método quando quiser outras coisas, como sair de casa, comer ou brincar.
O Dr. Pet explica que é preciso ensinar meios de comunicação alternativos para o cãozinho. “Não pode recompensar o latido, nem com atenção, nem com o que ele quer”, disse. No caso da bolinha sob o móvel, dá para instruir o cachorro a deitar em direção ao que ele quer ou levantar a patinha e aí o dono entrega o objeto, se latir, não. “O cão vai criar o hábito do que precisa fazer para conseguir o que quer”, completou.
Etiqueta para receber bem visitas
Alguns cães escutam o barulho do freio de mão ou o toque da campainha e começam a latir correndo de uma extremidade à outra da casa. Irritam a visita e às vezes podem até agir com agressividade. Para resolver o primeiro problema, Rossi indica dessensibilizar as coisas que excitam o cão. “Grave o som da campainha no celular, coloque primeiro bem baixinho para tocar, se ele não latir, dê um petisco. Vai aumentando o volume e recompensando quando ele não latir. Depois abra a porta e mostre que não tem ninguém para diminuir a ansiedade do animal”, detalhou.
Depois que o pet já entendeu o mecanismo, Rossi indica o uso do spray com água para punir quando o cão latir ao som da campainha. Para o segundo problema, a solução é fazer o cão gostar de receber visita. “Vou atender a porta, trazer alguém para o convívio, vou dar atenção ao pet, não vou ignorar completamente o meu cão ou prendê-lo nos fundos”, disse Rossi. “Coloca ele na guia, pega um petisco gostoso e mantenha-o junto. Recompense o animal, até o estranho pode dar petisco ao cachorro”, sugeriu.
O ideal, segundo Dr. Pet, é instruir em situações simuladas, que devem ser repetidas diversas vezes até que o cão entenda como deve se comportar. Depois que aprender, vale treinar com punição. “Coloca o cão na guia, bem pertinho do dono, se ele latir ou ficar agressivo, uma borrifada de água”, explicou.
Sentar e dar a patinha
Pegue um petisco gostoso e posicione sobre a cabeça do cachorro para que ele sente. Quando ele sentar, dê um pedaço. Depois, estenda à mão próximo à patinha do pet e dê leves toques nela. Quando ele der a patinha, entregue o petisco. Use “senta” e “dá a patinha”, para ensiná-lo, explicou Dr. Pet.
Gostaria de saber o endereco do adestramento do doutor pet
Adorei o artigo… esta de parabéns!! 😉
descobri um curso de adestramento para cachorros que é simplesmente ótimo.
Nele aprendemos a ensina-los a fazer suas necessidades nos lugares certos, a não destruir as coisas, latir só quando for preciso e também técnicas para passeios, e muito mais.
Gente, são técnicas de treinamentos muito fáceis de serem colocadas em prática, vale muito a pena.
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